"O MAL SÓ TRIUNFA QUANDO OS HOMENS DE BEM NADA FAZEM". Edmund Burke.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Homens gays e a fidelidade!

Hoje vou sair um pouco da minha área, a urologia, para tocar num assunto que volta e meia aparece nas consultas em minha clínica: a fidelidade do casal de homens gays. Não vou abordar o assunto baseado em estudos de psicologia e nem de comportamento humano. Vou falar do assunto baseado no que escuto e usando um pouco do conhecimento que adquiri com leituras do cotidiano. Espero que no final desse post, você se satisfaça com o que vou colocar.

É um fato: muitos homens gays desejam uma união das do tipo "unidos para sempre na saúde e na doença", com fidelidade, amando e respeitando. Recentemente fui padrinho de um casamento entre homens e a Juíza pronunciou as mesmas palavras e expressões de um casamento entre pessoas de sexo diferente. Afinal de contas, é a lei. E se pessoas do mesmo sexo no Brasil já podem se casar, devem seguir as mesmas leis de fidelidade. No Brasil é crime ser infiel (incisos I e V do art. 1566 do novo Código Civil).

Mas e no dia a dia, o que acontece? Bem, não será novidade para ninguém saber que muitos "pulam a cerca" e aí, vão passar em consulta ou porque adquiriram por descuido alguma doença sexualmente transmissível, ou porque querem tomar todo o cuidado para não contaminar o companheiro, mesmo acreditando que tenha praticado sexo seguro com esse novo parceiro. Por isso tenho batido tanto na mesma tecla e recomendado a leitura dos vários posts que existem neste blog, alertando para os riscos do sexo grupal, do sexo oral desprotegido e cuidados que devem ser tomados com exames de rotina.

Mas há casais que conseguem uma união bem longa de 20, 30, 40 anos. Conheço-os pessoalmente, quer porque sejam amigos ou porque são pacientes. Em alguns casos, as duas situações. E para eles faço sempre a mesma pergunta: "qual a fórmula para esse casamento eterno?" E deles escuto: nós nos permitimos de tudo- sexo grupal, mudança de parceiros, puladas de cerca, viagens desacompanhadas. Chega uma hora que isso cansa e nos voltamos um para o outro.

Isso me leva a algumas considerações. Uma delas bem realista: envelheceram e como dizem por aí, estão fora do mercado. Hoje homens com 35 anos já se dizem "fora do mercado". Imagina então os de 40, 50, 60 anos.

Outra é porque acaba a novidade. O novo repetido, vai ficando igual. Aliás, acho que esse é um dos grandes motivos para a quebra da fidelidade. A necessidade do novo. Chega um momento do relacionamento de um casal, que acaba a novidade das posições, dos tipos de orgasmo preferido, dos momentos mais oportunos e inoportunos para um ato sexual. E o homem precisa da novidade para se sentir motivado, estimulado.

Há também uma explicação científica, que é a presença do hormônio testosterona que mantém a libido sempre em alta. E o bonito chama atenção, então o homem olha para aquilo que considera belo. E de repente, está sendo infiel. Ou quase. Como corre aí pela internet, "fidelidade não é nunca sentir atração. Fidelidade é sentir atração e não ir em frente porque sabe que tem um compromisso a zelar". E aí aparecem os conceitos, sejam religiosos ou jurídicos, dizendo que o homem deve ser monogâmico. Imagina se o homossexualismo fosse reconhecido e respeitado universalmente? Quantos parceiros onde a poligamia é permitida, teria um homem gay?

Enfim, é para refletir. O que não pode é exigir do outro, aquilo que você não pratica. Acho que evidências criam teorias e para mim está claro que havendo acordo, a relação vai longe. Hoje sei que para estar dentro de uma relação monogâmica entre homens gays, é indispensável muita criatividade para que ela seja duradoura, investindo na quebra da rotina. Se não quer mudar de parceiro, mude de lugar, faça viagens a lugares novos, experimente cantos diferentes e alimente o relacionamento com novidades. Alimente sempre o carinho, todo mundo gosta de receber. E fazer carinho também é muito bom!


2 comentários:

  1. boa tarde, sou estudante da área da saúde e o meu tcc gostaria de desenvolver a respeito da fidelidade entre homossexuais, como objetivo fazer um comparativo entre fidelidade dos gays sexo masculino e os gays sexo feminino.. gostaria de saber se tem bibliografias a respeito ou conselhos de como devo seguir..

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  2. Infelizmente não tenho como te ajudar. Sugiro tentar contato com serviços de Psiquiatria e/ou Psicologia

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